Perfil
Nome: Princesinha
Idade: 25 anos
Moro em: São Paulo
Minha História: Sofri abuso sexual na infância. Durante 14 anos preferi acreditar que esse
episódio isolado na minha vida não tinha me afetado em nada, mas isso mudou
no final do ano passado, quando me permiti ser levada por Deus a lugares
onde ninguém antes havia penetrado, nem eu mesma. Essa tem sido a melhor e
mais difÃcil época da minha vida, por isso quero compartilhar minha
história com vocês, a forma como tenho aprendido a lidar com os sentimentos
confusos que ficam dentro da gente que sofreu esse tipo de agressão.
TUDO O QUE ESTÃ ESCRITO NESSE BLOG Ã PARTE DE UM DIÃRIO QUE COMECEI A FAZER EM AGOSTO DE
2004, SEM NEM IMAGINAR QUE UM DIA IRIA PUBLICÃ-LO. ALGUMAS COISAS MUDARAM, ESTOU MELHOR,
E POR ISSO DECIDI COMPARTILHAR TUDO O QUE APRENDI NESSE TEMPO QUE TENHO LIDO, PENSADO E
CONVERSADO SOBRE O ABUSO SEXUAL. SE VOCÃ DESEJAR AJUDA, ENTRE EM CONTATO.
Contato: guerreiravencedora@hotmail.com (e-mail e MSN)
orkut:
Princesinha Guerreira
Grandes Amigas
Swet
Dy
Gerbera
Karina
Fabiola
Lela
Ju
Lelê
Maggie
Milla
Orkut
VÃtimas de Abuso Sexual
Abuso Sexual na Infância
Sites Ãteis
Violência Sexual
Eu me Lembro
Abrapia
Arquivos
Créditos
15.11.06
terça-feira, 10 de maio de 2005
É difícil começar a falar sobre um assunto como esse. A primeira questão que vocês podem estar pensando é: porque escrever de forma anônima? Se eu não sou culpada, porque me esconder? É uma questão difícil de ser entendida pra quem nunca passou por isso. Ou até por alguém que já passou mas não ficou muito tempo em silêncio. É um medo, uma vergonha que vão além da nossa capacidade racional de entender que não somos culpadas. Eu não me sinto culpada, nunca me senti. Mas sinto muita vergonha, hoje menos do que sentia antes, mas ainda sinto. Não sei direito o motivo, mas a vergonha existe sim, e muita.
Minha família nem desconfia que um dia passei por alguma coisa do gênero, e me dá pânico só de pensar na minha mãe sabendo dessa história agora. Mas esse silêncio que durou anos não foi nada bom pra mim. Tudo começou a mudar na minha vida e nos meus relacionamentos quando decidi contar a minha história pra uma amiga íntima, de confiança. Mais do que isso, tudo começou a mudar qdo decidi deixar Deus ser Senhor de TODA minha vida.
Tem sido um tempo de dor, mas a dor de quem sabe que precisa mexer nas feridas para curar. Sabe, é como um braço quebrado que não foi tratado da forma correta. Os ossos se juntaram depois do abuso sexual que sofri, continuei vivendo minha vidinha normal, mas ainda não tinha todos os movimentos que o braço tinha antes de quebrar. A única forma que Deus tem de me devolver os movimentos perdidos é quebrando o braço de novo, exatamente no mesmo lugar, e aí tratar da forma correta.
Essa letra abaixo é de uma das músicas que têm falado ao meu coração nesses dias de tratamento. Tenho clamado pela restituição daquilo que perdi. Foram muitas coisas que foram tiradas de mim por causa do abuso sexual: a confiança nas pessoas, o desejo por um relacionamento profundo e verdadeiro...muitas coisas que estão sendo e ainda precisam ser resituídas.
Os planos que foram embora
O sonho que se perdeu
O que era festa e agora é luto do que já morreu
Não podes pensar que este é o teu fim
Não é o que Deus planejou
Levante-se do chão, erga um clamor
Restitui, eu quero de volta o que é meu
Sara-me, e põe teu azeite em minha dor
Restitui, leva-me às águas tranquilas
Lava-me e refrigera minha alma
E o tempo que roubado foi
Não poderá se comparar
A tudo aquilo que o Senhor tem preparado ao que clamar
Creia porque o poder de um clamor pode ressuscitar
¤ Por:
¤ quarta-feira, novembro 15, 2006 ¤