Perfil



Nome: Princesinha
Idade: 25 anos
Moro em: São Paulo

Minha História: Sofri abuso sexual na infância. Durante 14 anos preferi acreditar que esse episódio isolado na minha vida não tinha me afetado em nada, mas isso mudou no final do ano passado, quando me permiti ser levada por Deus a lugares onde ninguém antes havia penetrado, nem eu mesma. Essa tem sido a melhor e mais difícil época da minha vida, por isso quero compartilhar minha história com vocês, a forma como tenho aprendido a lidar com os sentimentos confusos que ficam dentro da gente que sofreu esse tipo de agressão.

TUDO O QUE ESTÁ ESCRITO NESSE BLOG É PARTE DE UM DIÁRIO QUE COMECEI A FAZER EM AGOSTO DE 2004, SEM NEM IMAGINAR QUE UM DIA IRIA PUBLICÁ-LO. ALGUMAS COISAS MUDARAM, ESTOU MELHOR, E POR ISSO DECIDI COMPARTILHAR TUDO O QUE APRENDI NESSE TEMPO QUE TENHO LIDO, PENSADO E CONVERSADO SOBRE O ABUSO SEXUAL. SE VOCÊ DESEJAR AJUDA, ENTRE EM CONTATO.

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3.12.06

A REALIDADE DA GUERRA
"Um problema não pode ser resolvido até que seja encarado. Uma mudança ocorre quando colocamos em palavras aquilo que é tido como verdadeiro: eu sofri um abuso sexual."
"Várias pessoas me perguntaram se eu havia sofrido abuso, e minha resposta foi sempre não. Até que um amigo insistiu e perguntou se eu já havia passado por uma situação na qual tivesse me sentido sexualmente desconfortável, inibido ou humilhado. Surpreendentemente, respondi que: sim, com certeza, e em questão de minutos lembrei-me da masturbação forçada em um acampamento de adolescentes, um convite a uma relação homossexual ao qual rejeitei e uma investida sexual que ocorreu num campo de futebol"
"Com um ar de surpresa ele me perguntou se isso não se encaixa na minha definição de abuso sexual. Fiquei atônito. Não é que eu tivesse esquecido daqueles fatos, mas nunca havia permitido que aquelas situações fossem rotuladas com uma palavra que abrisse a porta para uma investigação mais profunda."
=> Precisei escrever todo esse trecho do livro, pq ele descreve exatamente como as coisas ocorreram no meu coração. Eu nunca me esqueci do que aconteceu, mas daí a classificar como "abuso sexual"...? Ninguém tem idéia da mudança que ocorreu dentro de mim qdo depois de ler esse relato pude finalmente admitir a realidade do abuso.
"O que é abuso sexual? Parece que as pessoas trabalham de forma a achar que tudo o que sofreram não foi abuso, mas, se tivesse acontecido com outras pessoas, ou tivesse sido um pouco mais extremo, então poderia ser considerado como sendo abusivo"
"Caracteriza-se como abuso sexual qualquer contato ou interação (verbal, visual ou psicológica) entre uma criança ou adolescente ou adolescente e um adulto, na qual a criança ou adolescente esteja sendo usada para a estimulação sexual daquele que comete o ato, ou de outra pessoa."
Contato Sexual: envolve qualquer tipo de toque físico que objetiva o despertamento de desejo sexual na vítima ou naquele que comete o abuso.
>muito severo: relação genital, sexo anal ou oral
>severo: contato com a genitália descoberta, incluindo toque manual ou penetração; contato com os seios descobertos; simulação de relação sexual
>menos severo: beijos com conotação sexual; toque com conotação sexual nas nádegas, coxas, pernas ou genitais e seios cobertos.
Interações Sexuais: são mais difíceis de ser reconhecidas pelo fato de não envolverem contato físico e, portanto, não parecerem tão severas.
>visual: envolve interações em que crianças são forçadas ou convidadas a assistir cenas ou imagens que despertam desejos sexuais ou qdo são observadas nuas pelo agressor, de uma forma que excite um adulto.
>verbal: solicitação direta de atividade sexual; sedução (sutil); solicitação ou alusão direta; descrição de práticas sexuais, uso contínuo de linguagem sexual ou de termos sexuais relativamente a pessoas."
Abuso verbal: é uma ferida séria e profunda. Palavras abusivas relacionadas ao sexo causam o mesmo dano de um contato sexual abusivo. O dano potencial derado pela minimização dos fatos ou pelo sentimento de estranheza que o dano causa torna a cura ainda mais dificil para aqueles que sofreram abusos subliminares do que para os que sofreram severos abusos.
=> Descrevi aqui todas as categorias de abuso, pois já que é pra encarar a guerra, então quero saber exatamente o que aconteceu comigo e qual o dano que isso gerou. Ao ler que o toque nos seios está classificado como um "contato sexual severo" fiquei surpresa. Eu não esperava que fosse tão danoso... vou escrever aqui todos os momentos em que me senti sexualmente desconfortável:
- Quando estava no colo do meu vô paterno e ele acariciou meus seios por baixo da blusa (contato sexual severo), enquanto falava que isso que eu sentia era tesão (interação sexual verbal);
- Outra vez no colo do meu vô paterno (penso que depois do episódio anterior) e pude sentir que ele estava tendo uma ereção. Não lembro dele ter me tocado naquele momento, mas estava, no mínimo, exercendo uma interação sexual visual, uma vez que estava me observando de maneira inadequada, obtendo assim prazer sexual;
- Num outro momento estava na praia com um tio (tb por parte de pai). Estávamos brincando no mar, ele me pegava e jogava sobre as ondas. Até que ele tocou nos meus seios qdo me pegou para levantar e jogar (contato sexual menos severo) e eu tirei a mão dele, coloquei-a na minha cintura, e ele falou: ah, deixa eu pegar nos seus peitinhos... (interação sexual verbal)
- Por último, qdo na escola, no parquinho, uns meninos (acho q mais velhos)abaixaram minha calcinha na frente de todo mundo (interação sexual visual)
"Toda vez que alguém usar a criança para a realização de desejso sexuais ou desejos relacionados com identidade sexual, seja de modo abusivo ou dissimulado, será desencadeada uma dinâmica de abuso na alma daquela criança. O fato de o abuso sexual ocorrer de modo sutil não deve desviar a perspectiva de que ele continua sendo abusivo e danoso."

¤ Por: ¤ domingo, dezembro 03, 2006 ¤

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